O craque brasileiro Neymar disse nesta quinta-feira (7) que não está em plenas condições físicas, mas garantiu que isso não significa que estará ausente do confronto de sexta-feira contra a Bolívia, na estreia do Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.

"Obviamente que não estou 100% fisicamente, mas a cabeça está boa, o corpo está bom", disse o camisa 10 durante uma coletiva de imprensa em Belém, no Pará, onde a seleção brasileira vai receber os bolivianos às 21H45 (horário de Brasília).

"Não é a primeira vez que sou convocado para a seleção dessa forma. Há alguns anos aconteceu a mesma coisa e joguei os 90 minutos. Se não me engano, foi contra a Colômbia, nos Estados Unidos. Não tem mistério, jogar futebol independente do tempo que fique parado, sempre vai saber jogar futebol. É que nem andar de bicicleta", acrescentou.

O atacante de 31 anos não estreou no seu novo time, o saudita Al-Hilal, aonde chegou em meados de agosto vindo do Paris Saint-Germain. O técnico do seu clube, o português Jorge Jesus, questionou sua presença no Brasil já que havia sofrido uma "pequena lesão".

"Não vejo as palavras que o Jorge Jesus falou como uma maldade, mas sim para preservar o seu jogador. Na última partida eu ia jogar, mas levei uma pancada no treino, ele mesmo me deixou fora do jogo para vir jogar com a seleção", explicou.

Chance de superar Pelé

Se jogar contra os bolivianos, como planejado, segundo o que foi visto nos treinos, Neymar pode superar o falecido Pelé como o maior artilheiro da história da seleção brasileira. Os dois estão atualmente empatados com 77 gols.

"Pelé para todos aqui no Brasil é uma unanimidade que ele é o rei do futebol. Imagina você superar alguém nisso".

'Ney' foi convocado para os jogos contra Bolívia e Peru (terça-feira, em Lima), após ter ficado de fora, por lesão, dos três amistosos disputados pela Seleção neste ano, os primeiros jogos após o fracasso na Copa do Catar-2022, onde o Brasil foi eliminado nas quartas de final pela Croácia.

O camisa 10 foi convocado pelo estreante Fernando Diniz, que concilia o cargo de treinador da seleção com o de técnico do Fluminense. Substituto de Tite até o italiano Carlo Ancelotti assumir o Brasil em meados de 2024, Diniz ganhou fama na América do Sul pelo futebol 'aposicional' do time carioca.

"Diniz faz um trabalho completamente diferente de tudo que eu já presenciei. É outro tipo de futebol, ele tem uma mentalidade muito diferente dos treinadores que eu já tive. Os outros técnicos que eu tive faziam quase as mesmas coisas. Diniz não, ele gosta de reinventar o futebol, de te dar opções. É um cara muito interessante", afirmou.

Renovação

O craque afirmou que o Brasil caminha para uma renovação, com vários jogadores da Copa do Mundo e outros jovens, e disse que seu desempenho em campo não mudará muito com o novo treinador.

"Não é da noite para o dia que isso vai acontecer, que a gente vai sair jogando muito bem, do jeito que o Diniz quer. Ele tem que ter um pouco de paciência para que esse trabalho possa dar frutos", disse o jogador de 31 anos.

Questionado sobre o nível da liga milionária da Arábia Saudita, que tem chamado a atenção com as recentes contratações de jogadores consagrados, Neymar a comparou ao campeonato francês, que disputou pelo PSG entre 2017 e 2023.

"Pelos nomes que foram para a liga saudita hoje, olha... eu não sei se não é melhor que o campeonato francês", disse, com um sorriso. "Muitos pensam que o campeonato é isso, não é conhecido, é fraco, todo mundo falava disso quando fui para o campeonato francês, e foi o lugar onde eu mais apanhei na minha vida".