Os dois últimos campeões da Copa Libertadores, Palmeiras e Flamengo, lutam neste sábado em Montevidéu pelo mais precioso troféu de clubes da América do Sul, título que vai coroar a hegemonia brasileira no futebol regional.
Os embaixadores do futebol de São Paulo e do Rio de Janeiro desfilarão no mítico estádio Centenário com dois objetivos em comum: levantar aquela que seria a terceira Libertadores de sua história e definir quem é o dominador do futebol brasileiro nos últimos anos.
A final será o confronto entre um dos elencos mais poderosos da América, o do Flamengo de Renato Gaúcho, contra um time com destaques individuais mas cuja força é o coletivo: o Palmeiras do português Abel Ferreira.
- A volta do 'mago' -
"Sabemos que do outro lado encontraremos uma equipe muito forte, que quer ganhar também. Mas é uma oportunidade que temos, tanto o clube quanto eu, de conquistarmos o tri", disse Renato Gaúcho, único brasileiro a vencer a Libertadores como jogador (1983) e como técnico (2017), nas duas ocasiões pelo Grêmio.
Na disputa de outro tri, que parece distante, o do Brasileirão, após as conquistas do campeonato em 2019 e 2020, Renato vai lutar para reconquistar a Libertadores após a que foi vencida pelo Flamengo há dois anos.
O time carioca, invicto na competição (nove vitórias e três empates), ainda mantém a base daquele rolo compressor comandado pelo português Jorge Jesus, embora seus reveses na semifinal da Copa do Brasil e no campeonato brasileiro tenham abalado a imagem de Renato
Porém, o sorriso aparece no rosto do treinador, aquele que tem mais vitórias na Libertadores (50). O meia uruguaio Arrascaeta, cérebro da equipe, superou uma lesão muscular e poderá apoiar 'Gabigol', artilheiro (10 gols), no ataque.
Com o uruguaio recuperado, embora sem ritmo, os rubro-negros estão com todas as armas para lutar pela sua terceira Libertadores, depois das conquistadas em 1981 e 2019. Entre eles o goleiro Diego Alves, os zagueiros Mauricio Isla, David Luiz e Filipe Luís, o meia Everton Ribeiro e o atacante Bruno Henrique.
Rubro-negros e auri-verdes dominaram o futebol sul-americano nos últimos cinco anos, vencendo dez dos 27 principais torneios regionais e nacionais. A tendência acompanha a autoridade dos clubes brasileiros, que neste ano tiveram os quatro finalistas da Libertadores e da Sul-Americana.
- Pressão -
Mas os paulistas, tendo no gol a segurança de Weverton, na defesa o paraguaio Gustavo Gómez, no meio-campo o recuperado Felipe Melo e no ataque Rony e Raphael Veiga, estão há semanas em uma curva descendente que os privou de títulos nas competições nacionais em 2021.
O Palmeiras acumula quatro jogos consecutivos sem vencer - três derrotas e um empate - e as críticas à sua filosofia de jogo, para muitos conservadora, tornam a final uma tábua de salvação para Abel Ferreira, que em Montevidéu terá apenas o desfalque do zagueiro Marcos Rocha, suspenso.
Embora sob pressão, o português apela aos seus resultados para conquistar a terceira Libertadores para o Palmeiras (após as de 1999 e 2020). Durante o ano em que está em São Paulo, classificou o 'Verdão' a seis finais, das quais já conquistou duas, a última Libertadores contra o Santos e a Copa do Brasil-2020 contra o Grêmio.
Se derrotar o Flamengo, que o venceu na Supercopa do Brasil em abril, seria o primeiro técnico europeu bicampeão da Libertadores e seu time, o primeiro a erguer esse troféu duas vezes consecutivas desde que o Boca Juniors conseguiu a façanha em 2000 e 2001.
"Sei que muita gente acham o Flamengo favorito, mas acho que vai ser um jogo muito difícil", disse Veiga à AFP.
No Centenário, onde são esperadas 60.000 torcedores, mais que uma estrela está em jogo.
-- Possíveise escalações:
Palmeiras: Weverton - Gustavo Gómez, Felipe Melo, Luan - Mayke, Danilo, Zé Rafael, Joaquín Piquerez - Raphael Veiga, Dudu - Rony. Técnico: Abel Ferreira.
Flamengo: Diego Alves – Mauricio Isla, David Luiz, Rodrigo Caio, Filipe Luís – Willian Arao, Andreas Pereira – Everton Ribeiro, Giorgian De Arrascaeta, Bruno Henrique – Gabriel Barbosa. Técnico: Renato Portaluppi.
Árbitros: O argentino Néstor Pitana acompanhado por seus compatriotas Juan Belatti e Gabriel Chade.
Horário: 17h00 locais (17h00 de Brasília).
