O presidente da Fifa, Gianni Infantino, prometeu apoio para o desenvolvimento do futebol na Nicarágua, país que visitou nesta segunda-feira e que está na mira da comunidade internacional por questionamentos a seu regime e detenção de opositores.

"Estamos aqui para ajudar e também para fazer com que o mundo se dê conta do que é feito na Nicarágua no âmbito do futebol", disse o ítalo-suíço durante uma coletiva de imprensa no Estádio Nacional de Manágua, inaugurado em 2011 e em operação, mas ainda com partes inconclusas.

A Nicarágua, país que visita pela primeira vez, é a segunda parada de Infantino em sua viagem pela América Central. No domingo ele esteve na Costa Rica para acompanhar a final do Mundial Feminino Sub-20 e nesta segunda-feira fez uma viagem à Guatemala. 

O presidente da Fifa foi acompanhado por uma delegação de especialistas para conversar com dirigentes locais sobre os planos para desenvolver o futebol na Nicarágua. 

Entre os temas abordados está a criação de "um centro de talento técnico" para atrair e formar jogadores de ambos os sexos que "têm grande potencial" em diferentes pontos do país, disse ele. 

O Estádio Nacional, no sudeste de Manágua, "é muito particular, muito único com aquelas arquibancadas nas montanhas", comentou Infantino.

"A Fifa vai ajudar em questões como o estádio. Tem que haver um Estádio Nacional digno desse nome. Tem que ser um símbolo de um país, onde os jogadores tenham orgulho de jogar", disse ele. 

"Temos que fazer os trabalhos necessários com a ajuda do setor privado e do governo e de todos que quiserem ajudar", acrescentou. 

O presidente da Fifa se declarou "impressionado" pela paixão de trabalho demonstrada pela Federação Nicaraguense de Futebol (Fenifut).

Um exemplo disso é o campeonato que a seleção feminina sub-15 da Nicarágua conquistou na Liga B do torneio Concacaf, realizado na Flórida, nos Estados Unidos, em julho e agosto deste ano.

"Essa é a demonstração do trabalho que é feito em condições difíceis", considerou. 

"Está melhorando. Você pode ganhar uma partida, mas ganhar uma medalha de ouro não é uma partida, é um torneio; você precisa de sorte, mas acima de tudo paixão, vontade de vencer, e o povo da Nicarágua tem tudo isso", concluiu.

De acordo com a Fenifut, um encontro entre Infantino e o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, não estava previsto. 

Infantino viaja acompanhado de membros da equipe técnica da Fifa, como a americana Jill Ellis, chefe do grupo de assessoria técnica para o futuro do futebol feminino; o francês Arsene Wegner, chefe de Desenvolvimento Global do Futebol e o italiano Pierluigi Collina, presidente do Comitê de Árbitros.