A seleção masculina da Espanha se manifestou, nesta segunda-feira (4), contra o "comportamento inaceitável" do presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, pelo beijo forçado do dirigente na jogadora Jenni Hermoso.

"Queremos rechaçar o que consideramos um comportamento inaceitável por parte do senhor Rubiales, que não está à altura da instituição que representa", declarou o atacante Álvaro Morata em nome de toda a seleção.

Morata, acompanhado dos outros três capitães da equipe, leu um pronunciamento de apoio à seleção feminina antes o início dos treinos da 'La Roja' na Cidade do Futebol de Las Rozas, próximo de Madri.

O título da Espanha na Copa do Mundo feminina foi "um feito histórico, carregado de significado, que marcará um antes e um depois no futebol feminino espanhol, inspirando muitas mulheres com uma vitória de valor incalculável", afirmou Morata.

"Por isso, queremos lamentar e expressar nossa solidariedade às jogadoras que tiveram sua conquista manchada", continuou o atacante.

"Nós nos posicionamos de maneira firme e clara ao lado dos valores que o esporte representa. O futebol espanhol deve ser um motor de respeito, inspiração, inclusão e diversidade e deve dar exemplo com suas condutas tanto dentro como fora de campo", acrescentou.

A declaração da seleção masculina coloca ainda mais pressão sobre Rubiales, que após a final da Copa feminina, no dia 20 de agosto, gerou indignação ao beijar a boca da atacante Jenni Hermoso na cerimônia de entrega das medalhas.

Em uma assembleia da RFEF, Rubiales afirmou que o beijo tinha sido "consentido" e se negou a renunciar ao cargo. Após o caso, a Fifa o suspendeu por 90 dias e abriu contra ele um processo disciplinar.

A seleção masculina da Espanha visita a Geórgia na próxima sexta-feira (8) e, quatro dias depois, recebe o Chipre pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2024.