Uma dupla sul-americana está à frente do projeto para elevar o Paris Saint-Germain no cenário do futebol internacional. O brasileiro Leonardo, diretor esportivo, e o argentino Mauricio Pochettino, técnico do time há dois meses, trabalham juntos para dar à equipe francesa um título que falta, a Liga dos Campeões.
Para dar corpo a esse projeto eles contam com jogadores compatriotas, como Neymar, Marquinhos, Rafinha Alcantara, do lado brasileiro, e Angel Di María, Leandro Paredes e Mauro Icardi, da parte argentina.
Mas o caminho da conquista inédita passa pelo espanhol Barcelona, adversário desta quarta-feira, no jogo de volta pelas oitavas de final do torneio continental, no Parc des Princes, depois da vitória fora de casa por 4 a 1.
Leonardo Nascimento de Araújo nasceu há 51 anos em Niterói, e foi jogador do PSG (1996/1997) atuando como dirigente do clube em seguida, a primeira vez entre 2011 e 2013, e agora, função que exerce desde 2019.
Em dezembro decidiu dispensar o alemão Thomas Tuchel, para dar lugar a Pochettino, de 49 anos, nascido em Santa Fé e ex-jogador do clube parisiense entre 2001 e 2003.
O treinador argentino chega respaldado pelo bom trabalho realizado no inglês Tottenham, com quem chegou à final da Liga dos Campeões em 2019.
"Nós nos conectamos rapidamente com Leonardo. Tivemos um bom relacionamento, tivemos longas conversas nas quais as visões são bastante semelhantes", disse Pochettino à AFP.
“É claro que eu já conhecia o PSG e isso também facilitou um pouco para ele me transmitir as suas ideias. Sabendo que é uma circunstância especial e uma situação muito difícil, vou me esforçar muito por essa situação especial, assumindo essa responsabilidade em conjunto, para fazer tudo da melhor forma possível e competir para alcançar os objetivos do clube”, completou.
- Pressão pela Liga dos Campeões -
O argentino afirma que Leonardo não o pressionou para conquistar a Liga dos Campeões, competição que falta ao PSG e na qual foi finalista na edição de 2020, perdendo para o alemão Bayern de Munique.
“Não, em nenhum momento ele me disse que deveria ganhar a Liga dos Campeões", destacou.
Quando você assume a responsabilidade, o objetivo é vencer todos os jogos e quando você está no PSG é tem que vencer todos os jogos. As pessoas envolvidas com o futebol, e neste caso Leo, que tem tanta experiência, quando toma a decisão de fazer uma mudança no meio da temporada, a exigência é sempre vencer, mas em nenhum momento ele exigiu essa conquista. Acho que toda equipe técnica envolvida com o futebol precisa de tempo, mas isso já está dentro de tudo que todos nós conhecemos”, afirmou.
“Quando assumimos, independente das circunstâncias, quando estamos à frente de uma equipe como esta, vamos sempre ter em mente que nosso objetivo é competir e vencer, e isso está no nosso DNA”, explicou.
“Já conheço o PSG, já conheço a responsabilidade de uma posição como esta em que o único caminho é a vitória, mas a consistência também é importante, assim como toda a comissão técnica precisa de tempo para desenvolver um trabalho, precisa dos jogadores para se adaptarem a uma nova filosofia e para nós nos adaptarmos a eles, e para isso é preciso ter tempo para se conhecer”, explicou o argentino.
Um dos jogadores que precisam se adaptar à mudança de treinador é uma das estrelas do time, o brasileiro Neymar.
“Os artistas devem ter liberdade para criar, mas também, por sua vez, devem seguir algumas premissas dentro do jogo coletivo, onde possam aplicar todo o seu talento”, afirmou Pochettino, quando questionado se camisa 10 deve seguir o que for traçado ou ficar livre para fazer o que bem entender dentro de campo.
“Há coisas que são coletivas, no jogo, que os gênios também têm que respeitar e ter um compromisso, mas acima de tudo eles têm que sentir que podem ter a liberdade de criar porque têm esse talento”, concluiu.