A Fifa vai criar um grupo de trabalho para fazer recomendações de medidas contra o racismo, no qual o atacante do Real Madrid, Vinícius Júnior, terá "um papel de destaque", informou nesta quinta-feira a entidade que comanda o futebol mundial. 

"Em relação ao racismo e à discriminação, é muito importante que, além de falar sobre o assunto, se atue de forma determinada e convincente: tolerância zero", afirmou o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em vídeo divulgado pela instituição, durante uma visita à seleção brasileira em Barcelona. 

No vídeo é possível ver Infantino acompanhado do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, falando aos jogadores, que vão disputar um amistoso contra Guiné no sábado, na capital catalã. 

O presidente da Fifa insistiu que "se há racismo não há futebol", defendendo a interrupção dos jogos quando forem proferidos insultos contra os jogadores. 

"Os árbitros podem fazer isso nas competições da Fifa, já temos um protocolo para interromper o jogo", acrescentou Infantino.

"É preciso adotar medidas em todos os níveis, também em nível nacional. Todos devem assumir e vamos juntos até o fim", afirmou o presidente da Fifa, insistindo que "racismo é crime".

Infantino adiantou que "vamos reforçar o envolvimento dos jogadores nesta questão fundamental, por isso fico feliz que Vinícius Júnior tenha aceitado fazer parte de um grupo de trabalho em que haverá mais jogadores importantes e proporá medidas concretas e eficazes para erradicar o racismo do futebol de uma vez por todas". 

Vinícius já foi alvo de insultos racistas diversas vezes em partidas de seu time nesta temporada. O último episódio ocorreu no dia 21 de maio, pelo campeonato espanhol, contra o Valencia. 

Na semana passada, a Comissão Espanhola Antiviolência propôs multas pesadas e proibição de acesso aos estádios para vários torcedores identificados como autores de comportamento racista contra Vinícius.