O Barcelona "nunca realizou alguma ação que tivesse como objetivo final ou como intenção alterar a competição para conseguir algum tipo de vantagem esportiva", afirmou nesta segunda-feira (17) o presidente do clube, Joan Laporta.

O dirigente rejeitou com a declaração as suspeitas geradas depois que a justiça abriu uma investigação sobre os pagamentos do Barça a um ex-árbitro. Ele atribuiu a medida a uma "campanha de difamação" contra o Barça.

Um tribunal de Barcelona investiga uma denúncia da Procuradoria, que aponta, entre outros, o Barcelona e ex-dirigentes do clube, incluindo os ex-presidentes Sandro Rosell e Josep Maria Bartomeu, além de José María Enríquez Negreira, ex-vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA). 

O Ministério Público acusa os denunciados de crime de "corrupção entre particulares no âmbito esportivo", assim como atribui um delito de "administração desleal" aos ex-dirigentes do Barcelona, quem também são acusados, ao lado de Negreira, de "falsidade em documento comercial".

Segundo a denúncia do MP, Negreira, que foi vice-presidente da CTA entre 1994 e 2018, recebeu do Barcelona por meio de suas empresas mais de 7,3 milhões de euros (7,7 milhões de dólares) entre 2001 e 2018 por relatórios sobre os árbitros.

O Barça interrompeu os pagamentos em 2018, segundo o Ministério Público, após a saída de Negreira do CTA.

Para o MP, o Barcelona, por meio de Rosell e Bartomeu, "alcançou e manteve um acordo verbal estritamente confidencial" com Negreira "para que, na qualidade de vice-presidente do CTA e em troca de pagamentos, realizasse ações com a tendência de favorecer o FCB na tomada de decisões dos árbitros nas partidas disputadas pelo clube, e assim nos resultados das competições".

Laporta recordou que a Receita espanhola - cujas inspeções a Negreira acabaram por motivar a denúncia - enviou uma carta à Procuradoria na qual afirma que "não conseguiu demonstrar que os pagamentos efetuados às empresas de Negreira podem ter influenciado os árbitros ou o resultado de qualquer partida".

"Não conseguiram demonstrar porque não era possível", acrescentou o presidente do Barça em uma entrevista coletiva sobre o caso.

Laporta disse que os serviços para os quais o clube efetuou os pagamentos estão documentados.

"Alguns serviços foram prestados, estavam documentados, havia notas fiscais, pagamentos que estão nos livros contábeis. Não havia crime de corrupção", insistiu o presidente do Barça.