Depois de decepcionar nos respetivos campeonatos, Sevilla e Roma se enfrentam nesta quarta-feira (31), na Puskas Arena, em Budapeste, às 16h (horário de Brasília), na grande final da Liga Europa, que além de valer a taça garante uma vaga na próxima Liga dos Campeões. 

Espanhóis e italianos viveram situações parecidas nesta temporada: mal na LaLiga e na Serie A a ponto de terem poucas chances de disputar a próxima edição de um torneio europeu, esperam salvar a temporada com um título que não só lhes dará prestígio, mas que também permitirá ao vencedor disputar a Champions, a mais importante e mais lucrativa competição do futebol europeu. 

A equipe andaluza pretende dar continuidade à hegemonia que mantém nesta competição, que já conquistou seis vezes no século XXI, um recorde: 2006, 2007, 2014, 2015, 2016 e 2020.

Apesar de ter lutado pela permanência na primeira divisão até apenas dois meses atrás, o Sevilla nunca desistiu do sonho europeu e chegou à final após eliminar dois pesos pesados do futebol continental nas últimas rodadas (Manchester United nas quartas de final e Juventus nas semis).

"Estou desfrutando do futebol"

A chegada do veterano técnico José Luis Mendilibar (mais habituado a lidar com a luta pela permanência do que a disputa por títulos) foi fundamental na "ressurreição" do Sevilla após o mau início de temporada com Julen Lopetegui (depois de somar apenas 5 pontos em 21 possíveis) e a tempestuosa fase de Jorge Sampaoli, dispensado no final de março, quando o time estava a apenas dois pontos da zona de rebaixamento.

"Desde que cheguei ao Sevilla, estou desfrutando do futebol, porque agora sempre que entro em campo é com a ideia de vencer, e espero continuar fazendo isso nos dois jogos que me restam", admitiu o veterano Mendilibar nesta terça-feira, em coletiva de imprensa. 

Com apenas duas derrotas nos 15 jogos em que comandou o Sevilla, Mendilibar impôs "ordem e simplicidade" no jogo e recuperou a melhor versão de jogadores que foram encarregados de liderar o projeto do Sevilla, como Ocampos, Rakitic e En-Nesyri.

Apesar de tudo isto, a continuidade de Mendilibar na próxima temporada é incerta: "Assinei por dois meses e meio. Estou tranquilo (...) Só penso agora na final e em terminar a temporada da melhor forma possível. Não me preocupo com meu futuro", garantiu ele. 

A única má notícia para o Sevilla será a ausência do argentino Marcos Acuña na lateral esquerda, após sua expulsão na prorrogação contra a Juventus. O brasileiro Alex Telles será o substituto.

Se por um lado o Sevilla tem uma história de sucesso com a Liga Europa, a da Roma com as competições europeias era de ódio... até a temporada passada. Duas finais e duas derrotas, uma delas especialmente dramática, a da Copa da Europa de 1984, nos pênaltis, contra o Liverpool. E ela aconteceu em pleno estádio Olímpico de Roma, o que aumenta o trauma.

Dybala poderá jogar "de 20 a 30 minutos"

Uma tragédia que atormentou o clube durante anos, ao ponto de o capitão daquela final, Agostino di Bartolomei, ter se suicidado no mesmo dia do décimo aniversário da final, cujo trauma nunca conseguiu superar. 

A chegada de José Mourinho mudou a história no ano passado, quando a Roma conquistou seu primeiro título continental, a recém-criada Conference League. 

Uma vitória em Budapeste poderia colocar a Roma no mapa do futebol europeu e também permitiria a Mourinho ser o primeiro treinador a vencer esta competição com três equipes diferentes, depois de ter conseguido com Porto (2003) e Manchester United (2017).

Mourinho aguarda a evolução da lesão no tornozelo do argentino Paulo Dybala, peça fundamental no seu esquema 3-4-2-1 como elo entre o setor de meio-campo e o único atacante, o inglês Tammy Abraham. 

"Ele poderá jogar de 20 a 30 minutos", confirmou o português na coletiva de imprensa antes do jogo. 

Outro ponto de semelhança entre as duas equipes nesta temporada é que ambas chegam a este jogo sem que nenhum dos dois treinadores tenha garantido a permanência no próximo ano. E a decisão pode ser determinada, dependendo do que acontecer na Puskas Arena.

"Falei com os capitães e eles sabem perfeitamente o que penso, mas agora só penso na final", disse Mourinho, que garantiu não ter mantido contato com nenhum clube e, questionado sobre a possibilidade de voltar ao Real Madrid, equipe que treinou de 2010 a 2013, se limitou a dizer: "Gosto do Madrid e tive uma grande experiência lá".

Possíveis escalações:

Sevilla: Bounou - Jesús Navas, Badé, Gudelj, Telles - Fernando, RakitiC - Ocampos, Óliver Torres, Suso (ou Bryan Gil) - En Nesyri. Técnico: José Luis Mendilibar

Roma: Rui Patricio - Mancini, Smalling, Ibañez - Bové (ou Zeki Çelik), Cristante, Matic, Spinazzola - Dybala (ou Wijnaldum), Pellegrini - Abraham. Técnico: José Mourinho

Árbitro: Anthony Taylor (ING)