A Costa Rica enfrentará o Japão neste domingo (27) em um duelo em que, além de precisar arriscar para se manter viva na Copa do Mundo, terá que melhorar sua imagem após a derrota humilhante por 7 a 0 na estreia contra a Espanha.

Preocupado com os reflexos no psicológico da equipe, o técnico Luis Fernando Suárez apostou em trabalhar com o elenco a portas fechadas nos dias que antecedem o próximo confronto.

A mídia esportiva e ex-jogadores de futebol passaram de debater a possibilidade dos costarriquenhos repetirem a façanha de 2014, no Brasil, quando a Costa Rica chegou às quartas de final, a criticar duramente a seleção pela pior derrota em seis participações em Mundiais.

As críticas foram dirigidas em particular à Suárez, o técnico que recuperou um grupo afundado nas eliminatórias da Concacaf e o levou a uma improvável classificação na repescagem.

"Somos responsáveis por tomar decisões em campo", respondeu o zagueiro Kendall Watson na quinta-feira (24). "As dúvidas deixadas pelo placar são compreensíveis, mas cabe a nós virar a página contra o Japão. Queremos mudar a imagem que ficou deste primeiro jogo", afirmou.

A Costa Rica, que foi superada pela precisão e velocidade do futebol da Espanha, foi incapaz de manter a posse de bola e não conseguiu finalizar ao longo dos 90 minutos.

O goleiro e líder da equipe, Keylor Navas, chegou a deixar o estádio Al Thumama sem falar com a imprensa após a maior goleada que sofreu defendendo sua seleção.

Outros veteranos como Joel Campbell e Celso Borges, se apresentam para recuperar a honra costarriquenha diante do Japão, protagonista de uma das grandes surpresas do torneio ao superar a forte Alemanha pelo placar de 2 a 1.

Uma vitória ou mesmo um empate no jogo devolveria a esperança à Costa Rica de garantir sua terceira classificação às oitavas de final no último jogo da fase de grupos, contra a Alemanha.

"Uma derrota como essa diante da Espanha é difícil de digerir. Mas já conversamos no vestiário, agora temos que focar nos jogos que restam para recuperar o fôlego", disse o lateral-direito Keyshon Fuller.

 Japão caminha rumo a classificação

Se a Costa Rica passa por um dilema no torneio, o Japão vive situação oposta e está a um passo de selar a classificação antecipada à próxima fase da Copa caso some três pontos na partida de domingo.

Os 'Samurais Azuis', que deixaram o Mundial de 2018 nas oitavas de final após serem eliminados pela Bélgica, postulam como uma das revelações do torneio ao levarem a melhor contra a Alemanha.

Ilkay Gundogan colocou os alemães na frente com um pênalti aos 33 minutos, mas o Japão, que não finalizou até o segundo tempo, empatou aos 75, graças a Ritsu Doan, e, posteriormente, com Takuma Asano (83), para fechar a virada.

O resultado evocou fantasmas do passado para a equipe de Hansi Flick, como a eliminação precoce em 2018, resultado que fez o treinador afirmar que fará de tudo para "evitar voltar para casa" antes da final do campeonato.

Após a celebração da vitória, o treinador, Hajime Moriyasu, sublinhou que o triunfo "já faz parte do passado".

"Só pensamos no próximo duelo que nos espera, como sempre fazemos", disse.

Para o capitão japonês, Maya Yoshida, "todos os olhos estão voltados para nós após o último jogo e temos que garantir que não daremos um passo em falso", afirmou no sábado.

O zagueiro acredita que a seleção costarriquenha vai buscar reagir após uma estreia difícil.

"Eles foram derrotados no jogo anterior, então acho que realmente vão para o ataque", pontuou.

Para o duelo deste domingo, Moriyasu pode fazer alterações no time titular como as que mudaram o rumo do confronto contra a Alemanha.

Com um gol a menos, o treinador passou para um esquema ofensivo com três zagueiros e trocou o jovem astro Takefusa Kubo no intervalo por Takehiro Tomiyasu.